O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse no sábado que o Banco Central vai "chuveirar dinheiro na economia inteira" no caso de uma depressão econômica causada pela pandemia do coronavirus.
Apesar dessa declaração, em uma live realizada pelo Itaú Unibanco, Guedes disse acreditar que a economia brasileira terá uma recuperação em "V", uma vez que os sinais vitais econômicos do país estão preservados até agora.
O Congresso aprovou na quinta-feira uma emenda constitucional separando gastos extras e medidas emergenciais para ajudar a enfrentar o impacto da crise, dando ao Banco Central poderes para comprar ativos do setor público e privado.
Em caso de depressão, Guedes disse que o BC poderia fornecer liquidez para empresas e até pequenas empresas.
"Vamos chuveirar dinheiro na economia inteira se houver depressão", se houver uma demanda infinita por liquidez", disse ele.
Até agora, disse Guedes, é mais provável que a economia brasileira registre uma recuperação rápida, impulsionada por taxas de juros baixas. Na quarta-feira, o BC cortou sua taxa de referência Selic em 0,75 ponto percentual, para 3,00%.
Ele acrescentou que o Brasil preservou 6 milhões de empregos ao lançar uma medida que permite o corte de salário e de jornada dos trabalhadores.
Para impulsionar a economia no pós-crise, Guedes disse que o governo pode aumentar os gastos públicos em infraestrutura, mas que isso dependeria de o governo conseguir economizar recursos em outras áreas.
Guedes aproveitou para justificar as insistentes críticas do presidente Jair Bolsonaro a medidas de isolamento social de governadores e prefeitos e sua defesa pela retomada da atividade econômica como um "desespero" diante do que pode ocorrer dependendo dos próximos passos.
"Não é hora para ter briga, não é hora, temos que estar unidos, somos brasileiros todos, quer dizer, agora é uma hora realmente para estarmos juntos para combater", disse Guedes.
"E mesmo as brigas que acontecem eu interpreto muito mais como as lutas do desespero", acrescentou. "Se está todo mundo trancado em casa, o presidente (diz) "pelo amor de Deus, pensem na produção, se não daqui a pouco vai vir uma depressão e vai piorar muito?´."
"É muito mais um desespero do presidente com a situação que pode se desenvolver se nós não percebermos que precisamos das duas asas", numa referência à saúde e à economia.
fonte: Udop, com informações da Reuters (escrita por Carolina Mandl)