As exportações brasileiras no mês de setembro somaram US$ 18,4 bilhões e as importações US$ 12,2 bilhões, com saldo positivo de US$ 6,164 bilhões e corrente de comércio de US$ 30,7 bilhões. A cifra de pouco mais de US$ 6 bilhões é o maior saldo já alcançado pela balança comercial para meses de setembro na série histórica iniciada em 1997.
Saldo positivo - No ano, o saldo positivo é de US$ 42,4 bilhões, o que representa um aumento de 18,6% sobre o mesmo período de 2019. A corrente de comércio totalizou US$ 271,1 bilhões – em que US$ 156,7 bilhões são referentes a exportações e US$ 114,3 bilhões a importações. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (01/10) pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.
Volume embarcado - Destaca-se também o aumento de 2,5% do volume embarcado no ano. Foram contabilizados recordes para o período nos volumes exportados de soja (total de 79,6 milhões de toneladas no acumulado do ano), óleos brutos de petróleo (55,4 milhões de toneladas), farelos de soja (13,7 milhões de toneladas), celulose (12 milhões de toneladas), óleos combustíveis (11,8 milhões de toneladas), carne bovina (1,3 milhão de toneladas), algodão (1,2 milhão de toneladas) e carne suína (675 mil toneladas).
Análise do mês - Nas exportações, comparadas a média diária de setembro de 2020 (US$ 879 milhões) com a de setembro de 2019 (US$ 966,5 milhões), houve queda de -9,1%, em razão da diminuição das vendas com produtos da indústria de transformação (-18,7%). Por outro lado, houve aumento nas vendas em agropecuária (3,2%) e na indústria extrativa (9,2%). Embora a corrente de comércio tenha sido inferior à do ano passado, o superávit comercial observou expressivo aumento de 62,1% em relação a setembro de 2019, o que permitiu ao país atingir a cifra histórica de US$ 6,164 bilhões.
Valores - Apesar do saldo em destaque, tanto os valores de exportação quanto de importação sofreram queda se comparados ao mesmo período de 2019. De acordo com o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior da Secex, Herlon Brandão, o tamanho da redução da corrente de comércio do mês foi influenciado por uma base de comparação alta, com a exportação e importação de plataforma de petróleo em setembro do ano passado. “Não fosse a plataforma, a exportação de setembro teria apresentado retração de apenas 1,8% e a importação, de 17,8%”, explicou.
Superávit histórico - No que diz respeito ao superávit histórico, uma das razões apontadas por Brandão são os volumes exportados de produtos da indústria extrativa e agropecuária. “Temos observado repetidos recordes de volumes exportados de vários produtos desses setores. O principal destaque é o minério de ferro. Em setembro, exportamos 37,9 milhões de toneladas. É um recorde não só para setembro, como para qualquer mês do ano.” O subsecretário destacou também a ocorrência de volumes recordes no mês de setembro para produtos como açúcar e melaço (3,6 milhões de toneladas), café não torrado (221 mil toneladas) e carne suína (76 mil toneladas).
Expectativa para 2020 – terceira previsão - Brandão apresentou também mudanças positivas na estimativa na balança comercial para o ano de 2020, com aumento na corrente de comércio em relação à previsão anterior. "O que observamos é um aumento dos preços dos bens exportados, sendo produto de destaque o minério de ferro, que teve aumento de 25%. Pelo lado da importação, observa-se uma retomada da economia interna e uma melhora do consumo nacional", afirmou.
Melhora do desempenho - O resultado da terceira previsão para o comércio brasileiro em 2020 é reflexo da melhora do desempenho dos últimos meses. Para 2020, a nova expectativa é de queda de 9,0% da corrente de comércio, redução inferior à de 13,2% da previsão anterior. De acordo com Brandão, “a exportação brasileira deve retrair 6,5% em valor, para um total de US$ 210,7 bilhões. Já a importação brasileira deverá diminuir 12,2%, para um total de US$ 155,7 bilhões. Com isso, o saldo comercial deverá ser de US$ 55 bilhões, valor próximo ao da segunda previsão, porém com uma corrente de comércio maior”, explicou. (Ministério da Economia)
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